sábado, maio 27

Chamo «dualismo» a todas as teorias que separam duas grandes realidades. Por um lado a material, por outro a espiritual. Neste contexto é comum marcar bem a distinção entre dois mundos, um sagrado outro profano. O mundo material, o corpo, é identificado com o mal, o provisório, o que provoca o sofrimento, o profano… O espiritual, ou «alma», o mundo libertado de toda esta realidade mortal e limitada, é o mundo do sagrado. O grande projecto do homem, neste contexto, é libertar-se da materialidade.

As sucessivas reencarnações são a possibilidade oferecida a cada «alma» para se purificar progressivamente e poder libertar-se de todo o sofrimento que é causado pela dimensão corporal. O objectivo é o de se libertar desse ciclo de reencarnações.

O Budismo é talvez quem exerce actualmente mais influência no contexto ocidental. O Budismo, «sem ser propriamente uma religião, pois não faz referência a um Deus pessoal, é uma crença espiritualista oriental com origem na experiência do Buda histórico (o príncipe Sakyamuni), nascido no Norte da Índia, junto ao Nepal, cerca de 560 a.C., que tem como postulado fundamental a luta contra o apego a tudo que é mundano, transitório e inconsistente que é a causa de todo o sofrimento humano, através do esforço na prática das boas acções e da meditação, como forma de alcançar a libertação do inevitável ciclo dos renascimentos sucessivos a que todo o homem está sujeito até alcançar a plena libertação, o nirvana. O Budismo, nas suas diversificadas versões, apresenta aos seus seguidores pelo menos três formas (vias) de se concretizar a sua proposta, das quais a mais sublime é a da vida monástica, em que se inscrevem os monges tibetanos, hoje constrangidos pela ocupação chinesa, que obrigou ao exílio o Dalai-Lama. Espalhado sobretudo pela Ásia, o Budismo conta cerca de 300 milhões de fiéis» (Enciclopédia Católica on-line).

Como poderemos «avaliar» esta doutrina na reencarnação que, com influências sobretudo Budistas, se vem divulgando num ambiente de nova religiosidade «vaga», em que Portugal também está inserido? De facto, ao apresentar a religiosidade pós-moderna em Portugal, D. António Marto fala de dez principais características. É uma religiosidade: 1. estética e emotiva, por procurar a verdade estética, aquela que agrada e seduz; 2. vaga e difusa, sem verdades doutrinais e convencionais, sem um Deus pessoal; 3. flutuante, sem instituições, é do indivíduo pura e simplesmente; 4. sincretista, uma espécie de cockail feito de elementos de várias religiões; 5. privatizada, onde cada um escolhe aquilo que corresponde mais à situação em que se encontra; 6. narcisista e ligth, porque procura o bem-estar e é alérgica a tudo o que possa pôr em causa o sacrifício; 7. esotérica, que anda à descoberta da sabedoria, criatividade e poderes ocultos que estão no próprio sujeito; 8. místico-cósmica, porque procura viver uma experiência de fusão com o divino entendido com energia cósmica; 9. reincarcionista, porque a reincarnação aparece como uma hipótese para o máximo desenvolvimento do potencial humano; 10. neo-pagã, pela preferência pelas religiões orientais e pré-cristãs. (Cf. António MARTO, Pós-modernidade, retorno do religioso e evangelização, in «Pastoral Catequética», 1 [2005], 27-28).

Algumas questões podem ajudar-nos a reflectir então sobre a questão da reencarnação:

1. Que pessoa sou eu? Ou seja, as existências terrenas são muitas, e diferenciadas, sem continuidade entre si. A minha vida corporal actual não seria a primeira nem a última. Teria vivido já anteriormente e viveria repetidamente em corpos materiais sempre novos… A reencarnação nega, por isso, o conceito de pessoa como única e irrepetível. Eu não sou eu, porque hoje sou este que aqui está, mas antes fui um outro, e depois serei alguém diferente… A memória de nós mesmos, a nossa história pessoal, é aquilo que nos constitui: se a perdemos, quem somos nós? Que é feito da minha individualidade? Da minha maneira de estar, pensar, sentir e amar? Da minha continuidade?

2. Quem é o «sádico» responsável deste existência corporal? Se o meu ser espiritual já existia antes, e vai ter de existir tantas vezes até aprender por mim próprio que o corpo não vale nada, quem é que me faz andar sadicamente neste ciclo de sofrimento? Não valia mais deixar-me estar logo quieto na ausência de sofrimento que necessariamente terei de atingir, quer queira quer não? Quem inventou a materialidade sem qualquer necessidade pois é dela que temos de nos livrar?

3. Onde está a minha liberdade? Se a lei de um contínuo reencarnar tem como fim a anulação de nós mesmos para integrar o espírito puro (aí se dá a libertação do ciclo da reencarnação), no fundo a vida é vivida apenas numa aparência de liberdade, porque está já determinada a minha perfeição no final destes ciclos. Não tenho sequer a possibilidade de negar aquilo que é inevitável. E, mesmo que não o quisesse, teria sempre de voltar a encarnar num novo corpo, esquecendo o anterior, deixando de ser eu para ser um a outra pessoa, até que chegasse esse momento… No fim, todas as minhas decisões e opções de nada contam, pois não somos nunca nós mesmos a permanecer: permanece uma parte espiritual de mim que, no entanto, me esqueceu na minha realidade histórica, nas minhas opções livres…

4. Eu (o meu ser espiritual, não propriamente este meu «eu» actual…), mesmo sem ter disso consciência, vou caminhando para um perfeição final que é um progressivo abandonar da materialidade do corpo. Com o atingir de um conhecimento desta realidade, por mim próprio e com os meus próprios méritos, serei finalmente liberto do ciclo de reencarnações. A salvação é uma realidade «pessoal e intransmissível»: ninguém me salva, eu sou o meu próprio deus auto-salvador. Por isso, trata-se sobretudo de uma fé sem implicações de relação: não preciso de um deus para me salvar, assim como não preciso de qualquer mediação. Ou seja: para que preciso de um Salvador como Jesus Cristo? Para que preciso de uma Igreja como lugar de vivência da salvação? Que resta de um Deus pessoal com quem me relacionar?

quarta-feira, maio 24

Vida, morte, e vida depois da morte… O tema é algo complexo, mas central na reflexão cristã, e actual neste tempo pascal que nos fala da ressurreição de Jesus como o mistério central da nossa fé.

Da vida todos temos experiência para falar em primeira pessoa. A morte, constatamo-la como um facto de que não podemos fugir, como o limite último desta vida.

Da vida depois da morte, o que podemos dizer? Para muitos, a morte é o fim de tudo. Para outros, uma separação do corpo da alma, e esta irá para algum lugar ou vai reencarnar num outro ser. Para outros, uma passagem para uma existência diversa desta…

Até há pouco tempo, nos nossos meios mais próximos, para além da crescente tendência materialista, que não possibilita transcender a realidade palpável, e por isso nega qualquer referência espiritual ou possibilidade de vida após a morte, encontravam-se ainda muitas formas de crença claramente dualista, onde a pessoa é parte espiritual (alma) e parte física (corpo). Nestas, a morte é concebida como o momento de separação da alma do corpo. Se o corpo vai para debaixo da terra, para onde vai a alma? Para além dos «espaços» da tradição cristã (céu, inferno, purgatório, limbo), fala-se dos «espíritos», que são estas «almas» que andam por aí a acabar de resolver alguns problemas, ou a tentar comunicar com quem ainda por cá anda, para depois poderem ir descansadamente para o lugar que lhes pertence... Muitas das superstições e tradições populares andam mais ou menos por aqui… O exemplo mais comum talvez seja o das reuniões (muito habituais entre as adolescentes) onde supostamente os «espíritos» comunicam através de um copo que anda de um lado para o outro num tabuleiro com letras. Mas para além disso temos todas as reuniões espíritas, os «médiuns» que se tornam porta-vozes dos «espíritos», fora uma série de adivinhos e visionários que, entrando em estados de «êxtase espiritual», nos conseguem dizer tudo o que somos e fizemos e tudo o que nos espera ainda na vida…

Este é um mundo que nos é mais ou menos familiar. Um pouco em todo o lado ouvimos, vemos, lemos sobre o assunto. A televisão apresenta séries de paranormal, de espiritismos, de «médiuns»… E a linguagem cristã, inspirada nas filosofias dualistas gregas, nem sempre ajudou a clarificar os conceitos que ainda circulam…

Mais recentes são as influências das filosofias e religiões orientais. Com todo o fascínio que o Oriente tem despoletado (veja-se não só as influências religiosas mas também práticas como o yoga ou artes marciais…), também vai entrando, nos nossos meios, a ideia da reencarnação. Esta é definida como o retorno da alma ou do espírito à vida corporal, mas num outro corpo novamente formado para ela, e que nada tem de comum com o antigo. Reencarnar (do latim “re” + “incarnare”) é voltar à carne, ou seja, tornar o espírito a habitar um corpo carnal com o objectivo de se aprimorar e se aperfeiçoar na senda do progresso a que todos estamos predestinados. E para comprovar que esta teoria está presente nos textos bíblicos, apresenta-se o diálogo de Jesus com Nicodémos, no qual se afirma que é preciso «nascer de novo» (cf. Jo 3, 1-21) ou como Jesus falaria de João Baptista como sendo a reencarnação do profeta Elias (Mt 11, 14; 17, 11-13)…

Basta uma leitura atenta destes textos para perceber que não se fala aí de reencarnação mas, no primeiro caso, de uma «vida nova», iluminada pelo Espírito de Deus, que se vive nesta vida e não numa próxima, e no caso de João Baptista, como ele representa o final de um tempo, o da antiga aliança, e anuncia uma nova aliança, em Jesus Cristo.

O que está por detrás da ideia da reencarnação, se será ela conciliável com a visão cristã da ressurreição, é o que vou tentar falar depois para não alongar muito mais para hoje…

segunda-feira, maio 22

Falar de amor hoje pode tornar-se uma tarefa complicada… Fala-se de tanta coisa com o nome de «amor» que nos podemos sentir algo perdidos… Amizade, sentimento, dádiva, caridade, paixão, enamoramento, erotismo… sei lá que mais… E depois, bem, até certo ponto, é uma daquelas palavras que entram no campo do «indizível»: cada um sabe o que é pela sua presença ou ausência, mas há sempre alguma dificuldade em defini-la.

Outras línguas têm diversas palavras para falar de «amor». Do que me recordo, no grego bíblico (já lá vai o tempo em que estudei alguma coisa disso…) aparecem sobretudo três palavras: «eros» para um amor mais «carnal» e mais de «posse»; «fileus» para uma dimensão mais fraternal, de amizade; e «ágape» para um amor gratuito, de entrega total, um amor «divino»…

Talvez o mais importante não seja distinguir várias formar de amar, mas em tudo «permanecer» (o mesmo verbo do Domingo passado) no amor de Jesus. Em tudo o que somos e fazemos (nas amizades, no que sentimos, onde nos damos, no que partilhamos, nas paixões, enamoramentos, na dimensão erótica…) amar como Ele, porque certos que participamos do mesmo amor do Pai, para que a «alegria seja completa».

É para mim uma das frases mais marcantes do texto deste Domingo, todo ele muito denso: saber que o amor de Deus por nós está em primeiro lugar, e acima de todas as coisas, para que a «alegria seja completa». Não há que temer quem nos ama porque nos ama! E nos convida a participar dessa vida para alegrar a existência…

E continuar a tornar presente o amor divino em todas as pequenas coisas que são do nosso amor humano. Dar-lhes dimensão divina. E tornar cada momento o espaço de eternizar, na nossa história, a história de um Deus que continua a querer a alegria completa de cada um, através de nós…


Duccio da Boninsegna, Última ceia, Museo dell'Opera del Duomo, Siena


Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Assim como o Pai Me amou, também Eu vos amei. Permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como Eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor. Disse-vos estas coisas, para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa. É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi a meu Pai. Não fostes vós que Me escolhestes; fui Eu que vos escolhi e destinei, para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça. E assim, tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo concederá. O que vos mando é que vos ameis uns aos outros».

(Jo 15, 9-17)

sábado, maio 20

Escuto

Escuto mas não sei
se o que oiço é silêncio
ou Deus.

Escuto sem saber se estou ouvindo
o ressoar das planícies do vazio
ou a consciência atenta,
que nos confins do universo
me decifra e fita.

Apenas sei que caminho como quem
é olhado, amado e conhecido
e por isso em cada gesto ponho
solenidade e risco.

Sophia de Mello Breyner Andresen

sexta-feira, maio 19

É daquelas coisas que não costumo fazer, mas fui mesmo à estreia de O código da Vince. O filme. O livro já o tinha lido há uns tempos. Daqueles livros que li porque toda a gente me falava dele e pensei que era bom saber o que se dizia por lá…

Até gostei do o ler, como romance «policial», bom para descontrair… Fiquei desiludido quando cheguei à parte final e percebi que se ia «bater» outra vez numa pretensa relação amorosa entre Jesus e Madalena…

Já na altura fiquei algo surpreso com a publicidade que a Igreja fez o favor de fazer ao livro de Dan Brown, mas ao mesmo tempo compreendo que não se pode simplesmente ignorar quando se procura negar, mesmo que em romance, aquilo que é essencial à fé (a questão não é a relação amorosa em si mesma, mas o que está por detrás): negar a divindade de Jesus (e enredar a coisa de tal maneira que, para muita gente, parece que finalmente foi revelada toda a verdade, escondida pela obra malévola da Igreja e em particular da Opus Dei, e os Evangelhos só interessam se forem aqueles que a primitiva comunidade cristã não reconheceu como seus).

Quanto ao filme, enfim… pronto, tenta meter em duas horas e meia todo o livro, o que não é um trabalho simples de se fazer, e dada a necessidade de «explicar» o torna demasiado lento e desmotivante. Devo confessar que me diverti ao vê-lo, sobretudo pela companhia e os comentários que íamos fazendo na sala praticamente vazia da primeira sessão da tarde… Mas sim, compreendo porque a assembleia da estreia no festival de Cannes se riu no momento em que dizia à personagem principal que era ela a descendente de Jesus…

A minha teoria é que o filme estava condenado ao sucesso de bilheteiras pela quantidade de pessoas que leu o livro, e o alimentar contínuo da polémica com a Igreja. Por isso, não tiveram de se preocupara muito com o filme em si. Mesmo a Audrey Tautou só deu um ar da sua graça (aquele sorrir e olhar do Amélie Poulin ou de Um longo fim-de-semana de noivado) no fim…

Um conselho de amigo: bebam um café antes de entrar na sala, sobretudo se tiver cadeiras confortáveis e não for aconselhável estar a conversar durante a projecção.

terça-feira, maio 16

E pronto! Hoje lá fui até à Universidade entregar a tese na secretaria, e entregar os trabalhos todos do Tirocínio ao professor. Esta fase já está. Agora é preparar a defesa e os exames… Mas o pior já passou!

segunda-feira, maio 15

Permanecer. Para mim este verbo tem uma ideia estática e dinâmica ao mesmo tempo. Não é um simples estar, mas um demorar-se continuadamente, um estabelecer morada… Estática porque implica estabilidade: ficar num determinado lugar. Dinâmica porque enquanto se está acontece sempre alguma coisa.

Muito mais se for numa relação. Se numa relação se permanece, ela ganha a estabilidade profunda da continuidade, e ao mesmo tempo vive-se no dinamismo do acontecer sempre de novo em cada encontro, em cada pequena descoberta, em cada pequena partilha…

Permanecer é o lugar do equilíbrio. Não é anulação de nós próprios, mas muito menos cair no esquecimento: é o espaço para fazer memória, e para dar lugar a uma história que, sem se repetir, olha para o futuro como um espaço de re-criação constante de nós mesmos.

Permanecer é colher da seiva que nos liga ao essencial, abertos ao fruto da vida.

Uma parábola simples, a deste Domingo, mas com uma palavra que para mim continua a ser o grande desafio do equilíbrio e da estabilidade, do fazer memória e da abertura à novidade: permanecer. Permanecer numa relação que, na seiva continuada, possibilita um fruto dinâmico…


Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Eu sou a verdadeira vide e meu Pai é o agricultor. Ele corta todo o ramo que está em Mim e não dá fruto e limpa todo aquele que dá fruto, para que dê ainda mais fruto. Vós já estais limpos, por causa da palavra que vos anunciei. Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em Mim. Eu sou a videira, vós sois os ramos. Se alguém permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto, porque sem Mim nada podeis fazer. Se alguém não permanece em Mim, será lançado fora, como o ramo, e secará. Esses ramos, apanham-nos, lançam-nos ao fogo e eles ardem. Se permanecerdes em Mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes e ser-vos-á concedido. A glória de meu Pai é que deis muito fruto. Então vos tornareis meus discípulos».

(Jo 15, 1-8)

quinta-feira, maio 11

Algumas fotos que o sistma não me deixou meter no outro dia…

Uma vista especial da Praça de São Pedro à noite, de um terraço especial...

Um Cristo de Bernini que ainda não conhecia,
na basílica de São Sebastião, por cima das catacumbas com o mesmo nome

O lago de Albano, sempre um lugar agradável para se passar

Nó todos da «Villa d'Este», em Tivoli

Assis, sempre uma cidade onde não cansa voltar

Veneza, pombos na Praça de São Marcos

Um dos muitos canais de Veneza

Máscaras em Veneza

Basílica de Santo António de Lisboa, em Pádua

Para terminar, um passeio por Pisa...

quarta-feira, maio 10

Não dura sempre… e lá fui levar ao aeroporto os meus pais, irmã e cunhado, depois de uns dias intensos.

Para além do centro de Roma, que não nos ocupou muito tempo porque já era conhecido de todos, e que se reduziu a pouco mais que a volta pelas principais basílicas, uma volta pela Roma nocturna e pelas praças e uma ou outra igreja do centro, andámos sobretudo nos arredores e mais lá para o norte de Itália.

Depois de uma visita às catacumbas de São Sebastião, que ainda não conhecia, claro que não podia faltar uma passagem por Castelgandolfo, espreitar o horizonte de Rocca di Papa, e comer uma «porcheta» à beira do lago de Albano.

Deu também para voltar a Tivoli, para visitar os jardins da Villa d’Este, onde tinha ido pouco depois da minha chegada por cá, e desta vez num dia de sol.

O domingo do «bom pastor», passámo-lo a maior parte em Assis. Como sempre, uma cidade que não cansa em revisitar. E nesse mesmo dia chegar até Veneza. Uma volta de barco para chegar perto da Praça de São Marcos, visitar a basílica, e seguir pela encruzilhada de ruas e canais desta cidade única…

No regresso, ainda tempo para parar em Pádua. Apenas uma pequena visita ao Santo António que teimam em chamá-lo de lá, e nós de Lisboa…

Um pequeno desvio no trajecto levou-nos ainda a Pisa a tempo de ver a torre inclinada quando o sol se estava já a pôr… E pronto, já era tarde e mais que horas para voltar a Roma.

A manhã de hoje acordou-nos com um temporal… Não dava para grandes visitas. Por isso, lá fomos andando calmamente para a zona do aeroporto, e acabámos em Óstia para ver o mar hoje particularmente agitado (nada que se compare às ondas do Atlântico, mas pronto, já cheirava mais a mar…).

No regresso do aeroporto, depois de um até logo para cerca de 2 meses, começou-se a pensar no trabalho… E já deu para reler e corrigir 2 capítulos da tese. Amanhã é para acabar esta parte, para falar com o professor, e tentar ter a redacção final pronta até sexta…

sexta-feira, maio 5

Vou deixar as novidades da visita familiar para outro dias… Hoje passei por aqui só para deixar um obrigado a todos os que vão estando comigo durante esta minha estadia por Roma. É que reparei que hoje se ultrapassou o número das 20.000 visitas a este espaço onde vou deixando um pouco da minha vida…

quinta-feira, maio 4

É já um descanso ver tudo impresso, do princípio ao fim! Pode ainda ter que dar muita volta, mas para agora sai um peso de cima!

Amanhã à tarde chega por cá a família. Pai e mãe, mana e cunhado. Durante uns dias não se pensa muito nos assuntos escolares, e asseguram-se apenas os serviços mínimos na Universidade… Por isso, amanhã vou tentar deixar o trabalho completo ao orientador para ele poder ver durante este final de semana, e marcar um encontro para o princípio da semana que vem. O tempo está-se a esgotar…

quarta-feira, maio 3


Roma à noite: Ponte e Castelo de Sant'Angelo

Já só falta escrever a introdução!

Depois de ter tido um fim-de-semana mais preenchido com actividades turísticas, a percorrer Roma com a Carla e o António que estiveram por cá de visita (o que ainda deu para algumas novidades nos meus roteiros, entre os quais subir pela primeira vez ao «Altar da Pátria», monumento a Vitor Emanuel II, também conhecido por «Máquina de escrever», na Praça de Veneza, ou entrar numa ou outra igreja perdidas lá para o centro, assim como experimentar alguns pratos em restaurantes onde ainda não tinha ido) hoje foi para voltar a sério à tese. Concluí a conclusão e meti em ordem a bibliografia. Por isso, o fim aproxima-se!


Roma: vista do «Altar da Pátria»

Se as musas não me falharem, e com aquilo que já tenho escrito quando tive de preparar a aprovação do tema, deve dar para escrever durante o dia de amanhã…