sexta-feira, junho 30

Com as arrumações e depedidas não tem dado para dedicar tempo a este espaço... Amanhã (ou hoje... sempre o problma temporal) começa a viagem de volta a Portugal. Ainda sem um itinerário bem estabelcido... mas lá para dia 5 devo andar por terras do Lis... Até lá!

segunda-feira, junho 26

E pronto! Acabou!

sexta-feira, junho 23

No Coliseu, à noite

Estes tempos finais têm sido vividos com alguma emoção… Não se trata apenas de um aperto de trabalho, que de facto não tem sido exagerado. Tenho andado a escrever o texto final, o da apresentação/defesa com que termino as provas escolares por cá.

O estádio no palácio imperial do Palatino


Entretanto, tive também visitas, e não deixa de ter também algum impacto uma última volta pela cidade onde se passaram 3 anos. É claro que, como sempre procuro fazer, aproveitei para ver coisas novas, por cá e por fora. Por cá, sobretudo o Palatino, que finalmente visitei.

Rua comercial em Nápoles


Por fora, um dia pela cidade de Nápoles, com direito a procurar subir um pouco de Vesúvio ao final da tarde.

Rua de Nápoles... sempre estreitas, escuras, com roupa pendurada...


Depois tive a oportunidade de estar numa celebração onde foram ordenados 15 diáconos salesianos que estudam na mesma Universidade que eu. Um deles português. Há muito, ou melhor, nunca tinha estado numa celebração com tanta ordenação junta!

Entretanto tem havido o futebol.

parte de Castel Nuovo em Nápoles, com vista para o Vesúvio ao fundo


E depois as despedidas... e os que terminam os cursos. Hoje parte um, amanhã outro… Hoje termina um, amanhã outro… E assim nos vamos despedindo, e celebrando em conjunto… E com o calor que está, sabe sempre bem celebrar com alguma coisa fresca...

Com tudo isto, como imaginam, não tem sobrado muito tempo para escrever.

vista do golfo de Nápoles ao pôr-do-sol, dos sopés do Vesúvio


Hoje, depois de terminar o texto da «batalha final», resolvi deixar aqui qualquer coisa… Só para dizer que, apesar de meio morto, este espaço (ainda) não está acabado…

terça-feira, junho 20

«O bom pastor» é um blog que é proposto pela equipa da Formação do Clero da Arquidiocese de Braga, e que começa com a preparação para o V Simpósio do Clero que acontecerá em Fátima (dia 5-8 Setembro). Certamente para padres, mas não só… Começou assim:

Um dia ouvir dizer que a melhor tradução, a tradução literal, para «o bom pastor» seria o BELO pastor! Nunca mais esqueci isso, mas também nunca mais me deixaram de perseguir as outras palavras que se seguiram a tal afirmação: «mas o que fazer com uma afirmação destas?». No ministério sacerdotal estamos tão pouco habituados a falar e a viver da beleza que facilmente relegamos, consciente ou inconscientemente, para segundo plano a dimensão da beleza da fé em Deus. Não sei se a beleza salvará o mundo, como dizia Dostoievski, mas que dará uma grande ajuda isso não tenho a mínima dúvida. Porque nós precisamos de pão mas de rosas também. Ora este blogue que agora nasce à sombra do Bom/Belo Pastor é uma tentativa de re-visitar a beleza do ministério sacerdotal e fazer dele uma nova ágora onde podemos crescer como Presbitério.

quarta-feira, junho 14

Estou a pouco tempo das despedidas… Esta semana e a próxima é para preparar a defesa da tese, mas depois do exame de segunda-feira ainda não me deu para pegar no trabalho a sério. Melhor, comecei a reler o que tinha escrito e deparei-me logo com uma data de gralhas que antes passaram despercebidas…

O exame de segunda-feira foi de «Primeiro anúncio e catecumenado». Depois do texto do Evangelho do Domingo passado não podia ser mais a propósito:

Rublev


Naquele tempo, os Onze discípulos partiram para a Galileia, em direcção ao monte que Jesus lhes indicara. Quando O viram, adoraram-n’O; mas alguns ainda duvidaram. Jesus aproximou-Se e disse-lhes: «Todo o poder Me foi dado no Céu e na terra. Ide e ensinai todas as nações, baptizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo o que vos mandei. Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos».

(Mt 28, 16-20)


O texto de Mateus, escolhido para este Domingo da Santíssima Trindade, apresenta esta referência explícita às três pessoas: o Pai o Filho e o Espírito Santo. O mistério de Deus de que o texto do prefácio deste Domingo fala:

Com o vosso Filho Unigénito e o Espírito Santo,
sois um só Deus, um só Senhor,
não na unidade de uma só pessoa,
mas na trindade de uma só natureza.
Tudo quanto revelastes acerca da vossa glória,
nós o acreditamos também, sem diferença alguma,
do vosso Filho e do Espírito Santo.
Professando a nossa fé na verdadeira e sempiterna divindade,
adoramos as três Pessoas distintas,
a sua essência única e a sua igual majestade.


É sempre difícil tentar explicar, com a nossa lógica, esta realidade de Deus: três pessoas numa só natureza. Tal como é difícil de «representar». Rublev pintou o ícone, que se tornou famoso, onde surgem as três personagens numa certa circularidade que representa a sua unidade, com um espaço de acolhimento: há como que um lugar à nossa espera para partilharmos daquele único cálice. É como que um convite: a entrarmos para bebermos da mesma vida… talvez assim possamos compreender…

É esse o sentido da palavra «mistério». Não um segredo bem escondido, um enigma por resolver, mas uma realidade que podemos conhecer porque Deus a revelou de Si mesmo, e nessa revelação nos convida a partilhar da Sua vida. É como que uma verdade que passa para além das nossas capacidades «normais» de conhecer, porque só a conhecemos quando nos metemos «dentro» dela. Na linha do conceito de «conhecimento» na Bíblia: não se trata de uma questão simplesmente intelectual, mas de estabelecer uma relação de intimidade… Por isso a busca do conhecimento de Deus é sobretudo o procurar um espaço de relação onde se descubra a sua vontade, o seu projecto para a humanidade, e para cada um.

O «mistério de Deus» que celebramos diz-nos precisamente esta vida de Deus. De um Deus que ama, que é amado, que é relação de amor. E um Deus que, por ser assim, é também o Deus connosco: o Emanuel que abre o evangelho de Mateus (Mt 1, 23) e que o conclui com a promessa de estar sempre, até ao fim dos tempos (Mt 28, 20).

É essa a grande novidade que Jesus envia a ensinar, tudo aquilo que Ele revelou: o Deus de Amor que oferece a sua vida de Amor. Não é um Deus para temermos, para nos aprisionar, para nos carregar de culpas e remorsos… Mas que nos convida a «conhecer», a entrar «dentro» do seu «mistério», para que a nossa vida se possa deixar tocar deste projecto de Amor, e possa realizá-lo já no aqui e agora da nossa história.

É interessante a referência que o texto de Mateus faz aos discípulos: «quando O viram, adoraram-n’O; mas alguns ainda duvidaram». É o eterno «mistério» da nossa liberdade… Como é que, naquele momento, ainda alguém poderia duvidar? Tipo: «Se eu estivesse lá, se pudesse ter visto e tocado, se pudesse ter experimentado tudo aquilo que eles viveram naqueles momentos, então sim, não teria dúvidas de fé!»

Mas, tal como hoje, também foi assim daquele tempo… Se a fé é um dom de Deus, requer sempre o nosso acolhimento, com a liberdade de nos empenharmos (ou não) em procurar entrar «dentro» do «mistério»…

O primeiro anúncio (voltando ao exame de segunda…) é o espaço da presença, do testemunho, do acolhimento, do encontro… onde se diz implícita e explicitamente a nossa fé no Deus revelado em Jesus Cristo. Para poder suscitar uma simpatia, mas sobretudo uma conversão e adesão, um acto de fé: «Eu creio!»... mesmo carregado de dúvidas como espaço de aprofundamento e maturação de uma relação.

Talvez por isso seja tão importante hoje escutar o «ide e ensinai» deste texto do Evangelho…

quinta-feira, junho 8


Muito bonito! Malabaristas, contorcionistas, trapezistas, homens que brincam com o fogo… e claro, não podiam faltar, palhaços: todos os ingredientes do circo, juntam-se numa coreografia muito bem preparada, dança, música e luz, e o resultado é «Alegria», do Cirque du Soleil. Está agora por Roma, até ao final deste mês…

Um espectáculo muito, muito bom! Para quem quiser ter um «cheirinho» do que por lá se passou ontem à noite… pode espreitar aqui! Para ver… bem, depois de Roma vai estar Amesterdão, Bruxelas e Londres… depois segue para Madrid e Barcelona… quem sabe, no meio de alguma viagem…

terça-feira, junho 6

Florença


Para fazer um intervalo nos estudos (amanhã exame pela manhã…), e também para não deixar de ter por aqui alguma coisa mais «leve» de ler (reconheço: os últimos textos têm saído algo longos para este tipo de espaço…), e para que não se fique com a ideia que não faço mais nada além de estudar, deixo umas imagens das últimas saídas.

Fiesole

Um regresso a Florença para almoçar uma carne de porco à alentejana e revisitar a igreja de San Miniato al Monte, deu ainda para ir espreitar Fiesole. Uma pequena e simpática cidade no alto de um monte a poucos quilómetros de Florença com uma vista sobre o vale do Arno…

Duomo de Orvieto

Também para revisitar, a última escapadela foi a Orvieto. Depois de algumas tentativas em vão, finalmente consegui ver a fachada do duomo de Orvieto sem os andaimes das obras. É difícil conseguir um ângulo para a meter numa foto, mas deixo o que consegui… De qualquer maneira, vale bem a pena ver ao vivo, agora que está toda restaurada.

Orvieto, da Torre del Moro

Ainda por Orvieto, novidade foi também a subida dos 47 metros da Torre del Moro donde se tem uma vista geral da cidade e de grande parte dos territórios dependentes do antigo estado aqui sedeado. O que não é difícil, porque a cidade já está toda ela situado no cimo de um morro…

Duomo de Viterbo

Uma passagem rápida por Viterbo: revisitar o túmulo do Papa João XXI, o único Papa português (Pedro Julião «Hispano»: Lisboa, 1205/1210 - Viterbo, 20-5-1277), no duomo de Viterbo, e ir até ao lago de Vico para terminar a volta também com alguma novidade.

Lago de Vico

E pronto, com tudo isto a máquina fotográfica deu a volta das 10.000 fotos e começou de novo no número 1!

segunda-feira, junho 5

Vou tendo a sensação que, na compreensão comum, por vezes, ao tentar definir-se o que significa «ser cristão», as respostas batem em três pontos: a questão ritual e sacramental (ser baptizado, fazer a primeira comunhão, ser crismado, ir à missa, rezar…), a questão do conhecimento ou respeito por alguns conhecimentos ou dogmas de fé (acreditar em algumas coisas...), e a questão moral (comporta-se de uma certa maneira...).

Parece-me que esta maneira de ver pode fugir do essencial… ou melhor, todos estes elementos só têm sentido compreendidos com um fundamento anterior. De facto, a fé cristã tem a sua base num acontecimento histórico: a pessoa de Jesus Cristo. É nesta história concreta que se baseiam todas as reflexões posteriores, todos os comportamentos, todas as celebrações.

A função da Igreja não pode deixar de ser a de recontar sempre essa história. E os dogmas da fé não são senão uma forma de a expressar, com conceitos que a procuram esclarecer e torná-la mais compreensível. Os comportamentos morais não são senão uma forma de a narrar, com a própria vida, tornando-a actual em quem opta por procurar seguir o mesmo estilo de vida de Jesus. A celebração, uma forma de fazer a memória que actualiza o acontecimento de salvação por Ele realizado.

Ontem, com a celebração do Pentecostes, terminou o tempo Pascal. Este tempo que celebra a memória dos acontecimentos finais da história de Jesus: paixão e morte, ressurreição, glorificação ou ascensão, envio do Espírito Santo. Os acontecimentos que mudaram a vida de tantas pessoas naquele momento e ao longo da história.

A fé cristã parte daqui. Deste acontecimento, como foi vivido por Cristo, e como foi acolhido e testemunhado por aqueles que o viveram também em primeira pessoa.

Tudo isto para chegar a uma afirmação: quando se fala de ressurreição e do que ela significa, não se trata simplesmente de uma ideia entre outras desenvolvida racionalmente por quem buscava respostas para a questão da vida depois da morte, mas da revelação feita pelo próprio Deus em Jesus Cristo, vivida por Ele e testemunhada pelos discípulos. Na base está esse acontecimento que, na história, ultrapassa os limites do tempo e do espaço, e dá a conhecer a vida de Deus para os homens. Sempre na lógica de um Deus que se faz presente na História. E que é na leitura da História que se conhece Deus.

Os textos dos Evangelhos que marcam este tempo Pascal falam de como o acontecimento da ressurreição foi vivido pelos seus protagonistas: Jesus e os discípulos.

Por um lado, apresentam-nos a pessoa de Jesus como aquele que tendo sido morto, tendo «fracassado», surge vivo e vitorioso. Por outro lado, os discípulos que, tendo desaparecido e mesmo traído Jesus, aparecem transformados radicalmente na sua maneira de estar… Como diz Shusaku Endo em Uma Vida de Jesus, «Ao menos a lógica força-nos a concluir que, fosse qual fosse o evento, foi mais que suficiente para que na mente dos discípulos o “frágil” e “impotente” Jesus se tenha transformado num Jesus “todo poderoso”. E imediatamente nos vemos forçados a supor que tal acontecimento, fosse qual fosse a sua natureza, foi também suficiente para persuadir os discípulos de que a Ressurreição de Jesus foi um facto real». A tal ponto que, aqueles que antes tinham deixado Jesus sozinho na cruz, deram a vida por esta convicção…

O texto deste Domingo de Pentecostes é um dos que apresentam um dos encontros dos discípulos com o Ressuscitado. A partir dele podemos tentar perceber um pouco melhor o que poderá significar a ressurreição…

Cristo ressuscitado aparece aos discípulos



Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos».

(Jo 20, 19-23)